{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/my-europe/2025/03/20/ucrania-defesa-e-economia-no-topo-da-agenda-da-reuniao-dos-lideres-europeus-em-bruxelas" }, "headline": "Ucr\u00e2nia, defesa e economia no topo da agenda da reuni\u00e3o dos l\u00edderes europeus em Bruxelas", "description": "Volodymyr Zelenskyy informar\u00e1 os 27 l\u00edderes sobre os \u00faltimos desenvolvimentos nas negocia\u00e7\u00f5es promovidas por Donald Trump para acabar com a guerra da R\u00fassia.", "articleBody": "Os 27 l\u00edderes da Uni\u00e3o Europeia re\u00fanem-se em Bruxelas para uma cimeira com uma agenda bastante preenchida, liderada pela guerra da R\u00fassia contra a Ucr\u00e2nia, as negocia\u00e7\u00f5es lan\u00e7adas por Donald Trump e os novos planos multimilion\u00e1rios para rearmar o bloco.A reuni\u00e3o tamb\u00e9m abordar\u00e1 a necessidade de aumentar a competitividade, a gest\u00e3o da migra\u00e7\u00e3o irregular, a situa\u00e7\u00e3o no M\u00e9dio Oriente, a ordem multilateral e o futuro do or\u00e7amento da UE, que est\u00e1 sob forte press\u00e3o ap\u00f3s anos de crises sucessivas.A lista de temas \u00e9 t\u00e3o extensa que os chefes de Estado e de Governo poder\u00e3o ser obrigados a pernoitar na capital belga e a prosseguir os debates na sexta-feira de manh\u00e3.\u0022Se n\u00e3o liderarmos, ficaremos para tr\u00e1s\u201d, diz a presidente do Parlamento EuropeuAos jornalistas, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, explicou que a Uni\u00e3o Europeia vive tempos desafiantes, afirmando que \u0022todo o clich\u00e9 de que estamos numa encruzilhada, que temos vindo a dizer h\u00e1 muitos anos, j\u00e1 n\u00e3o se aplica\u201d, defendendo a\u00e7\u00f5es r\u00e1pidas e concretas. 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Para S\u00e1nchez, defesa n\u00e3o se trata apenas de \u0022Rearmar a Europa\u0022J\u00e1 o primeiro-ministro espanhol, Pedro S\u00e1nchez, parece ter uma opini\u00e3o um pouco diferente, pelo menos no que diz respeito \u00e0 abordagem sobre o investimento na ind\u00fastria da defesa, come\u00e7ando pelo nome do programa \u0022Rearmar a Europa\u0022. \u201enso que temos de nos dirigir aos nossos cidad\u00e3os de uma forma diferente\u201d, disse S\u00e1nchez aos jornalistas.Espanha e It\u00e1lia est\u00e3o atualmente a tentar obter uma defini\u00e7\u00e3o mais ampla do que constitui despesa com a defesa, para poderem beneficiar da flexibiliza\u00e7\u00e3o das regras or\u00e7amentais aprovada no ano ado para financiar outras \u00e1reas relacionadas com a seguran\u00e7a e a prepara\u00e7\u00e3o para situa\u00e7\u00f5es de crise.\u201c\u00c9 importante ter em conta que os desafios que enfrentamos na vizinhan\u00e7a sul s\u00e3o um pouco diferentes dos que enfrentamos no flanco leste, o que significa que temos de refor\u00e7ar os nossos controlos fronteiri\u00e7os\u201d, defendeu S\u00e1nchez.O l\u00edder socialista referiu ainda a necessidade de refor\u00e7ar as capacidades da Europa para combater o terrorismo, os ciberataques e os ataques h\u00edbridos.\u201recisamos de mais Europa, e mais Europa significa mais pol\u00edtica social, mais rela\u00e7\u00f5es com outros blocos regionais, mais participa\u00e7\u00e3o em debates multilaterais e, logicamente, tamb\u00e9m significa mais seguran\u00e7a e defesa\u201d, afirmou.Ucr\u00e2nia deve manter-se democr\u00e1tica e soberana afirma ScholzNa chegada ao evento, o chanceler alem\u00e3o cessante, Olaf Scholz, falou aos jornalistas para reafirmar que \u00e9 \u0022crucial\u0022 que a Ucr\u00e2nia tenha um ex\u00e9rcito forte, mesmo depois de um eventual acordo de paz. Scholz diz as atuais conversa\u00e7\u00f5es com a Ucr\u00e2nia e a R\u00fassia, levadas a cabo pelos Esados Unidos, devem terminar um cessar-fogo forte, que mantenha e cumpra estas condu\u00e7\u00f5es e que a Europa deve continuar a apoiar a Ucr\u00e2nia \u201ccom uma posi\u00e7\u00e3o clara\u201d de que uma paz justa \u00e9 fundamental para o pa\u00eds.\u201cA Ucr\u00e2nia deve estar numa posi\u00e7\u00e3o de for\u00e7a e qualquer cessar-fogo deve ser mantido, o que significa que a Ucr\u00e2nia pode defender a sua independ\u00eancia e soberania\u201d, afirmando que \u00e9 importante que o pa\u00eds possa decidir o seu pr\u00f3prio caminho e escolher os seus pr\u00f3prios l\u00edderes.Nova cimeira, problemas antigosA cimeira surge envolta num sentimento de d\u00e9j\u00e0 vu, uma vez que os 27 se reuniram h\u00e1 apenas duas semanas para discutir a Ucr\u00e2nia e a defesa. A reuni\u00e3o de emerg\u00eancia foi convocada em rea\u00e7\u00e3o \u00e0 diplomacia acelerada de Trump e \u00e0 sua viragem para Moscovo, que agitou os l\u00edderes e alimentou o receio de um colapso iminente da alian\u00e7a transatl\u00e2ntica.Embora subsistam muitas d\u00favidas, o mal-estar diminuiu um pouco depois de a Ucr\u00e2nia ter concordado com um cessar-fogo provis\u00f3rio de 30 dias e de os EUA terem levantado a suspens\u00e3o da ajuda militar e da partilha de informa\u00e7\u00f5es, assinalando uma melhoria nas rela\u00e7\u00f5es bilaterais. 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Ucrânia, defesa e economia no topo da agenda da reunião dos líderes europeus em Bruxelas

A Ucrânia, a defesa e a competitividade estão no topo da agenda da cimeira da UE.
A Ucrânia, a defesa e a competitividade estão no topo da agenda da cimeira da UE. Direitos de autor Euronews with Associated Press.
Direitos de autor Euronews with Associated Press.
De Jorge Liboreiro & Alice Tidey & Paula Soler
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Volodymyr Zelenskyy informará os 27 líderes sobre os últimos desenvolvimentos nas negociações promovidas por Donald Trump para acabar com a guerra da Rússia.

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Os 27 líderes da União Europeia reúnem-se em Bruxelas para uma cimeira com uma agenda bastante preenchida, liderada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, as negociações lançadas por Donald Trump e os novos planos multimilionários para rearmar o bloco.

A reunião também abordará a necessidade de aumentar a competitividade, a gestão da migração irregular, a situação no Médio Oriente, a ordem multilateral e o futuro do orçamento da UE, que está sob forte pressão após anos de crises sucessivas.

A lista de temas é tão extensa que os chefes de Estado e de Governo poderão ser obrigados a pernoitar na capital belga e a prosseguir os debates na sexta-feira de manhã.

"Se não liderarmos, ficaremos para trás”, diz a presidente do Parlamento Europeu

Aos jornalistas, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, explicou que a União Europeia vive tempos desafiantes, afirmando que "todo o cliché de que estamos numa encruzilhada, que temos vindo a dizer há muitos anos, já não se aplica”, defendendo ações rápidas e concretas.

Os cidadãos da UE esperam que o blogue “assuma um papel mais importante na sua proteção”, disse a eurodeputada, que instou os líderes europeus a irem além da retórica e a tomarem medidas.

“70% dos europeus pensam que só a União Europeia os pode proteger. Por isso, hoje a minha mensagem será que precisamos de ser mais fortes, que os nossos cidadãos precisam de se sentir mais seguros e que precisamos de tornar as coisas mais simples", afirmou Roberta Mestola, que defendeu ser necessário enviar "a mais clara das mensagens sobre a Ucrânia" e em "como não deixamos de lado os princípios que estabelecemos sobre o que significa a paz na Europa já há três anos”.

Um dos principais temas da cimeira a pela questão do rearmamento da União Europeia.

Kaja Kallas reforçou a nova linha do bloco, afirmando que a "fraqueza convida os agressores a atacar. É por isso que temos de fazer mais para que isto não aconteça".

Para Sánchez, defesa não se trata apenas de "Rearmar a Europa"

Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, parece ter uma opinião um pouco diferente, pelo menos no que diz respeito à abordagem sobre o investimento na indústria da defesa, começando pelo nome do programa "Rearmar a Europa".

“Penso que temos de nos dirigir aos nossos cidadãos de uma forma diferente”, disse Sánchez aos jornalistas.

Espanha e Itália estão atualmente a tentar obter uma definição mais ampla do que constitui despesa com a defesa, para poderem beneficiar da flexibilização das regras orçamentais aprovada no ano ado para financiar outras áreas relacionadas com a segurança e a preparação para situações de crise.

“É importante ter em conta que os desafios que enfrentamos na vizinhança sul são um pouco diferentes dos que enfrentamos no flanco leste, o que significa que temos de reforçar os nossos controlos fronteiriços”, defendeu Sánchez.

O líder socialista referiu ainda a necessidade de reforçar as capacidades da Europa para combater o terrorismo, os ciberataques e os ataques híbridos.

“Precisamos de mais Europa, e mais Europa significa mais política social, mais relações com outros blocos regionais, mais participação em debates multilaterais e, logicamente, também significa mais segurança e defesa”, afirmou.

Ucrânia deve manter-se democrática e soberana afirma Scholz

Na chegada ao evento, o chanceler alemão cessante, Olaf Scholz, falou aos jornalistas para reafirmar que é "crucial" que a Ucrânia tenha um exército forte, mesmo depois de um eventual acordo de paz.

Scholz diz as atuais conversações com a Ucrânia e a Rússia, levadas a cabo pelos Esados Unidos, devem terminar um cessar-fogo forte, que mantenha e cumpra estas conduções e que a Europa deve continuar a apoiar a Ucrânia “com uma posição clara” de que uma paz justa é fundamental para o país.

“A Ucrânia deve estar numa posição de força e qualquer cessar-fogo deve ser mantido, o que significa que a Ucrânia pode defender a sua independência e soberania”, afirmando que é importante que o país possa decidir o seu próprio caminho e escolher os seus próprios líderes.

Nova cimeira, problemas antigos

A cimeira surge envolta num sentimento de déjà vu, uma vez que os 27 se reuniram há apenas duas semanas para discutir a Ucrânia e a defesa. A reunião de emergência foi convocada em reação à diplomacia acelerada de Trump e à sua viragem para Moscovo, que agitou os líderes e alimentou o receio de um colapso iminente da aliança transatlântica.

Embora subsistam muitas dúvidas, o mal-estar diminuiu um pouco depois de a Ucrânia ter concordado com um cessar-fogo provisório de 30 dias e de os EUA terem levantado a suspensão da ajuda militar e da partilha de informações, assinalando uma melhoria nas relações bilaterais. Vladimir Putin respondeu com uma proposta mais limitada de cessar-fogo dos ataques contra as infra-estruturas energéticas e exigiu uma suspensão "total" do fornecimento de ajuda militar a Kiev.

O presidente Volodymyr Zelenskyy, que falou com Trump na quarta-feira sobre as próximas etapas das negociações, informará os líderes presentes na sala através de videoconferência.

"Se é verdade que Putin disse que devemos parar a nossa ajuda militar à Ucrânia, então lerão nas nossas conclusões exatamente o oposto", disse um diplomata sénior.

No entanto, espera-se que o capítulo sobre a Ucrânia das conclusões seja aprovado apenas por 26 Estados-membros, uma vez que a Hungria continua a opor-se firmemente a qualquer linguagem relacionada com a estratégia de "paz através da força" e a novas provisões de armas e munições. A mesma dinâmica foi adoptada há duas semanas, quando Viktor Orbán se opôs ao texto comum.

Além disso, os dirigentes vão abordar os ambiciosos planos da Comissão Europeia para aumentar rapidamente as despesas com a defesa, incluindo um novo programa de empréstimos de 150 mil milhões de euros, e libertar o potencial dos 10 biliões de euros que os cidadãos da UE têm em poupanças. A iniciativa de rearmamento recebeu um amplo apoio das capitais, mas é necessário prosseguir o trabalho legislativo antes de a Comissão poder ir aos mercados e obter o dinheiro para os empréstimos.

Durante o jantar, os 27 irão deliberar sobre o orçamento do bloco para o período 2028-2034, embora esta parte da cimeira fique sem conclusões pormenorizadas porque o processo ainda está na fase inicial. O debate sobre o próximo orçamento será explosivo e complexo, com as novas prioridades em matéria de defesa, ambiente, digital e Ucrânia a procurarem mais espaço, a par dos envelopes tradicionais da agricultura e da coesão.

"O desafio é a equação financeira: como fazer corresponder as nossas ambições aos recursos da nossa União", disse um alto funcionário da UE.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, juntar-se-ão aos líderes em diferentes momentos do longo dia.

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