{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/business/2025/03/26/o-que-e-que-o-comissario-europeu-do-comercio-espera-da-viagem-a-china" }, "headline": "O que \u00e9 que o comiss\u00e1rio europeu do Com\u00e9rcio espera da viagem \u00e0 China?", "description": "O comiss\u00e1rio europeu Maro\u0161 \u0160ef\u010dovi\u010d est\u00e1 a caminho da China, numa altura em que as empresas do pa\u00eds est\u00e3o sob a mira das investiga\u00e7\u00f5es da UE. 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Aqui est\u00e3o os cinco objetivos que ele pretende alcan\u00e7ar com a sua viagem \u00e0 China.1 - Enviar um sinal a Washington\u0022Com a imposi\u00e7\u00e3o de tarifas sobre o alum\u00ednio e o a\u00e7o por parte dos Estados Unidos (EUA) e a aplica\u00e7\u00e3o de um novo pacote de tarifas rec\u00edprocas a partir de 2 de abril, a Uni\u00e3o Europeia (UE) poder\u00e1 procurar estabelecer la\u00e7os mais estreitos com a China, a segunda maior economia do mundo a seguir aos EUA.A China \u00e9 o pa\u00eds que mais precisa da UE devido ao seu excedente comercial em rela\u00e7\u00e3o ao bloco dos 27. No entanto, n\u00e3o o vai mostrar porque a UE tamb\u00e9m est\u00e1 numa situa\u00e7\u00e3o complicada devido aos EUA\u0022, de acordo com Alicia Garc\u00eda Herrero, especialista do grupo de reflex\u00e3o Bruegel.2. Reabrir o di\u00e1logo diplom\u00e1ticoA anterior Comiss\u00e3o Europeia deixou as rela\u00e7\u00f5es com a China tensas na sequ\u00eancia de uma pol\u00e9mica sobre os ve\u00edculos el\u00e9tricos chineses, que culminou com a imposi\u00e7\u00e3o pela UE de direitos aduaneiros de 35% sobre as importa\u00e7\u00f5es chinesas e com a retalia\u00e7\u00e3o da China com direitos aduaneiros sobre o brandy e o conhaque europeus. Desde a pandemia de Covid-19, a UE tem vindo a trabalhar no sentido de reduzir a sua depend\u00eancia da China, nomeadamente no que se refere a mat\u00e9rias-primas essenciais.A nova estrat\u00e9gia consiste em \u0022reduzir o risco atrav\u00e9s da diplomacia\u0022, de acordo com Maria Martin-Prat, diretora-geral adjunta da Comiss\u00e3o para o Com\u00e9rcio. \u0022Queremos basear a nossa rela\u00e7\u00e3o com a China numa combina\u00e7\u00e3o de compromisso, mas tamb\u00e9m de prote\u00e7\u00e3o\u0022, disse a respons\u00e1vel da UE num evento em Bruxelas antes da viagem de \u0160ef\u010dovi\u010d. \u0022Deix\u00e1mos para tr\u00e1s qualquer ideia de uma rela\u00e7\u00e3o harmoniosa e igualit\u00e1ria\u0022, reconheceu Martin-Prat sobre a distor\u00e7\u00e3o do mercado e as subven\u00e7\u00f5es.Herrero afirma que \u0160ef\u010dovi\u010d ir\u00e1 explorar as op\u00e7\u00f5es decorrentes das m\u00e1s rela\u00e7\u00f5es entre a UE e os EUA, mas tamb\u00e9m chegar\u00e1 com uma carteira de investiga\u00e7\u00f5es da UE sobre pr\u00e1ticas comerciais desleais com as quais poder\u00e1 advertir a China.3. Pressionar a China para que atue sobre as suas sobrecapacidadesA sobrecapacidade chinesa \u00e9 o pesadelo da Europa. \u0022A China n\u00e3o est\u00e1 a fazer nada para resolver o problema\u0022, afirmou Maria Martin-Prat. E com as tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses, existe o risco de a China desviar mais produ\u00e7\u00e3o para o mercado europeu.O a\u00e7o, o cimento e a madeira est\u00e3o entre as principais exporta\u00e7\u00f5es da China para os EUA, que poder\u00e3o ser redirecionadas para os mercados europeus perante a atual tempestade tarif\u00e1ria. \u0022A procura chinesa destes produtos diminuiu devido \u00e0 paragem da constru\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria\u0022, afirma Victor Crochet. 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Atrair mais investimento chin\u00easA UE pretende atrair investimentos chineses. \u0022A Europa est\u00e1 numa posi\u00e7\u00e3o forte nesta mat\u00e9ria\u0022, disse Sacha Courtial, especialista do Instituto Delors, \u00e0 Euronews: \u0022Estamos a abrir o nosso mercado nas nossas condi\u00e7\u00f5es, ou seja, para criar empregos na Europa e pedir transfer\u00eancias de tecnologia. \u00c9 essa a ideia subjacente ao fabrico de carros el\u00e9tricos chineses na Europa\u0022.Depois de ter aberto uma f\u00e1brica na Hungria, o gigante chin\u00eas dos ve\u00edculos el\u00e9ctricos BYD est\u00e1 a considerar a possibilidade de abrir uma f\u00e1brica de produ\u00e7\u00e3o e montagem na Europa Ocidental para evitar as tarifas da UE.", "dateCreated": "2025-03-26T14:20:07+01:00", "dateModified": "2025-03-26T16:03:44+01:00", "datePublished": "2025-03-26T15:57:37+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F81%2F85%2F08%2F1440x810_cmsv2_a065f538-e264-535b-8351-6db16e036525-8818508.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A UE quer reabrir o di\u00e1logo diplom\u00e1tico com a China.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F08%2F81%2F85%2F08%2F432x243_cmsv2_a065f538-e264-535b-8351-6db16e036525-8818508.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Corlin", "givenName": "Peggy", "name": "Peggy Corlin", "url": "/perfis/3206", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@PeggyCorlin", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "R\u00e9daction" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Negocios", "Not\u00edcias da Europa", "Economia", "Mercados" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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O que é que o comissário europeu do Comércio espera da viagem à China?

A UE quer reabrir o diálogo diplomático com a China.
A UE quer reabrir o diálogo diplomático com a China. Direitos de autor Andy Wong/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Andy Wong/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
De Peggy Corlin
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O comissário europeu Maroš Šefčovič está a caminho da China, numa altura em que as empresas do país estão sob a mira das investigações da UE. Mas com a intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, o que é que Šefčovič pretende com uma aproximação entre a UE e a China?

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Pela primeira vez desde que assumiu funções, o comissário europeu responsável pelo Comércio, Maroš Šefčovič, vai deslocar-se à China em 27 e 28 de março para se encontrar com o vice-primeiro-ministro chinês He Lifeng, o ministro das Alfândegas Sun Meijun e o ministro do Comércio Wang Wentao. A visita de Maroš Šefčovič ao gigante asiático, num contexto de tensas negociações comerciais com os norte-americanos, será analisada de perto. Aqui estão os cinco objetivos que ele pretende alcançar com a sua viagem à China.

1 - Enviar um sinal a Washington

"Com a imposição de tarifas sobre o alumínio e o aço por parte dos Estados Unidos (EUA) e a aplicação de um novo pacote de tarifas recíprocas a partir de 2 de abril, a União Europeia (UE) poderá procurar estabelecer laços mais estreitos com a China, a segunda maior economia do mundo a seguir aos EUA.

A China é o país que mais precisa da UE devido ao seu excedente comercial em relação ao bloco dos 27. No entanto, não o vai mostrar porque a UE também está numa situação complicada devido aos EUA", de acordo com Alicia García Herrero, especialista do grupo de reflexão Bruegel.

2. Reabrir o diálogo diplomático

A anterior Comissão Europeia deixou as relações com a China tensas na sequência de uma polémica sobre os veículos elétricos chineses, que culminou com a imposição pela UE de direitos aduaneiros de 35% sobre as importações chinesas e com a retaliação da China com direitos aduaneiros sobre o brandy e o conhaque europeus. Desde a pandemia de Covid-19, a UE tem vindo a trabalhar no sentido de reduzir a sua dependência da China, nomeadamente no que se refere a matérias-primas essenciais.

A nova estratégia consiste em "reduzir o risco através da diplomacia", de acordo com Maria Martin-Prat, diretora-geral adjunta da Comissão para o Comércio. "Queremos basear a nossa relação com a China numa combinação de compromisso, mas também de proteção", disse a responsável da UE num evento em Bruxelas antes da viagem de Šefčovič. "Deixámos para trás qualquer ideia de uma relação harmoniosa e igualitária", reconheceu Martin-Prat sobre a distorção do mercado e as subvenções.

Herrero afirma que Šefčovič irá explorar as opções decorrentes das más relações entre a UE e os EUA, mas também chegará com uma carteira de investigações da UE sobre práticas comerciais desleais com as quais poderá advertir a China.

3. Pressionar a China para que atue sobre as suas sobrecapacidades

A sobrecapacidade chinesa é o pesadelo da Europa. "A China não está a fazer nada para resolver o problema", afirmou Maria Martin-Prat. E com as tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses, existe o risco de a China desviar mais produção para o mercado europeu.

O aço, o cimento e a madeira estão entre as principais exportações da China para os EUA, que poderão ser redirecionadas para os mercados europeus perante a atual tempestade tarifária. "A procura chinesa destes produtos diminuiu devido à paragem da construção imobiliária", afirma Victor Crochet. Os computadores, os veículos elétricos e as energias renováveis, como os painéis solares ou as turbinas eólicas, também fazem parte da lista de sobrecapacidades chinesas.

"Para resolver o problema do excesso de capacidade, a UE quer que a China e de um modelo baseado em subsídios às empresas e exportações para um modelo baseado no seu mercado interno", acrescentou Crochet.

4. Eliminar os obstáculos às empresas europeias

As empresas europeias queixam-se dos obstáculos à realização de negócios na China, com as transferências de dados de empresas europeias sediadas na China para as suas sucursais no estrangeiro a exigirem luz verde da istração do Ciberespaço da China (CAC). Foi encontrado um acordo temporário em 2023 entre a UE e a China para acelerar o processo de aprovação, mas, como Herrero salientou, "esta é uma questão importante para as empresas europeias que produzem muitos dados, sejam eles financeiros ou relacionados com serviços".

5. Atrair mais investimento chinês

A UE pretende atrair investimentos chineses. "A Europa está numa posição forte nesta matéria", disse Sacha Courtial, especialista do Instituto Delors, à Euronews: "Estamos a abrir o nosso mercado nas nossas condições, ou seja, para criar empregos na Europa e pedir transferências de tecnologia. É essa a ideia subjacente ao fabrico de carros elétricos chineses na Europa".

Depois de ter aberto uma fábrica na Hungria, o gigante chinês dos veículos eléctricos BYD está a considerar a possibilidade de abrir uma fábrica de produção e montagem na Europa Ocidental para evitar as tarifas da UE.

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