O regulador de medicamentos do Reino Unido afirmou que todas as mulheres que tomam estes medicamentos devem garantir que estão a utilizar uma forma eficaz de controlo da natalidade e que as mulheres grávidas devem parar de os tomar.
As mulheres grávidas não devem tomar medicamentos para emagrecer, alertou a autoridade reguladora dos medicamentos do Reino Unido, que receia que as pessoas estejam a utilizar medicamentos injetáveis de forma insegura.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA) também afirmou que as mulheres não devem tomar medicamentos para perder peso se estiverem a amamentar ou a tentar engravidar, porque não existem dados de segurança suficientes para saber se o medicamento pode afetar o bebé.
"Qualquer pessoa que engravide enquanto estiver a tomar estes medicamentos deve falar com o seu profissional de saúde e parar de tomar o medicamento o mais rapidamente possível", afirmou a agência.
Entretanto, todas as mulheres que os tomam devem assegurar-se de que estão a utilizar uma forma de contraceção que funcione, afirmou a MHRA.
Um dos medicamentos, o Mounjaro, pode tornar as pílulas contraceptivas menos eficazes, pelo que a agência afirma que as mulheres que tomam a injeção devem também utilizar uma forma de contraceção não oral, como um implante ou um dispositivo intrauterino (DIU).
"A obesidade reduz a fertilidade nas mulheres. Por isso, as mulheres com obesidade que tomam medicamentos GLP-1 têm mais probabilidades de engravidar do que antes de perderem peso", afirmou Channa Jayasena, investigadora de endocrinologia reprodutiva no Imperial College de Londres, em comunicado.
"As mulheres são aconselhadas a fazer tudo o que puderem para evitar a gravidez enquanto estiverem a tomar [estes] medicamentos", acrescentou Jayasena.
Medicamentos anti-obesidade como "solução rápida" para perder peso
No Reino Unido, as mulheres já recebem estes avisos quando recebem as suas receitas para os medicamentos anti-obesidade, que incluem Ozempic, Wegovy, Saxenda e Victoza, bem como Mounjaro.
Os medicamentos, conhecidos como agonistas dos receptores GLP-1, funcionam imitando as hormonas que ajudam a regular o apetite e fazem com que as pessoas se sintam saciadas durante mais tempo. Foram aprovados para tratar a diabetes tipo 2 e a obesidade.
Mas a MHRA emitiu o aviso esta quinta-feira devido a preocupações de que a crescente popularidade dos medicamentos significa que as mulheres os estão a comprar ilegalmente online ou em salões de beleza, sem consultar um médico.
"As injeções para emagrecer são medicamentos licenciados para tratar condições médicas específicas e não devem ser utilizados como tratamentos estéticos ou cosméticos", afirmou Alison Cave, diretora de segurança da MHRA, num comunicado.
"Não são uma solução rápida para perder peso e não foram considerados seguros quando utilizados desta forma", acrescentou.