{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/cultura/2025/03/09/cinema-japones-e-o-mais-premiado-no-fantasporto-2025" }, "headline": "Cinema japon\u00eas \u00e9 o mais premiado no Fantasporto 2025", "description": "\u0022Dollhouse\u0022, apresentado em antestreia mundial, \u00e9 o filme vencedor da competi\u00e7\u00e3o de cinema fant\u00e1stico no festival portuense e promete vir a tornar-se num cl\u00e1ssico do \u0022J-horror\u0022.", "articleBody": "Desde que, h\u00e1 pouco mais de 10 anos, a boneca Annabelle se tornou um \u00edcone imediatamente reconhec\u00edvel no universo do terror que o mito da boneca que ganha vida (t\u00e3o antigo como o pr\u00f3prio terror cinematogr\u00e1fico) voltou \u00e0 moda. Com Dollhouse, do japon\u00eas Shinobu Yaguchi, grande vencedor da edi\u00e7\u00e3o deste ano do Fantasporto, que encerrou a sua edi\u00e7\u00e3o n\u00famero 45 no s\u00e1bado no Porto, este mito faz a sua entrada em grande no universo do J-horror. O filme \u00e9 uma produ\u00e7\u00e3o da gigante Toho que fez aqui a sua antestreia mundial, deslocando ao Porto uma equipa de mais de 20 pessoas e recebendo uma ova\u00e7\u00e3o de p\u00e9 de mais de 10 minutos. Um casal perde a filha de cinco anos num acidente dom\u00e9stico e decide comprar uma boneca realista que ajuda a colmatar a aus\u00eancia da menina morta. Esquecida durante anos depois de o casal ter tido uma segunda filha, a boneca \u00e9 reencontrada pela nova filha da fam\u00edlia, que acaba por estabelecer com ela uma rela\u00e7\u00e3o de depend\u00eancia doentia.Dollhouse acaba por se enquadrar em todos os c\u00e2nones do terror cl\u00e1ssico e suplantou, na decis\u00e3o do j\u00fari da competi\u00e7\u00e3o de cinema fant\u00e1stico, produ\u00e7\u00f5es mais arrojadas como Pr\u00e9dio Vazio, a nova orgia de sangue do brasileiro Rodrigo Arag\u00e3o (que a organiza\u00e7\u00e3o do festival considera o principal sucessor de Jos\u00e9 Mojica Marins como mestre do terror brasileiro) ou ainda o norte-americano Succubus (RJ Daniel Hanna), um conto moderno sobre a depend\u00eancia das redes sociais e os online. Segundo as notas do j\u00fari, Dollhouse tem \u0022uma realiza\u00e7\u00e3o not\u00e1vel, oferecendo uma explora\u00e7\u00e3o pungente e inesquec\u00edvel da vulnerabilidade humana\u0022.\u00c9 certo que o festival portuense se tem vindo a afirmar como montra do cinema asi\u00e1tico, em particular japon\u00eas, na Europa. Com tr\u00eas vencedores japoneses nas \u00faltimas cinco edi\u00e7\u00f5es, estar\u00e1 o Fantasporto a tornar-se demasiado centrado no pa\u00eds do Sol nascente? Beatriz Pacheco Pereira, fundadora e diretora do festival, d\u00e1-nos uma resposta: \u0022N\u00e3o priveligiamos os filmes japoneses, ali\u00e1s temos tantos filmes japoneses como europeus em competi\u00e7\u00e3o. A verdade \u00e9 que a produ\u00e7\u00e3o japonesa tem sido fort\u00edssima nos \u00faltimos anos, nomeadamente no campo do cinema fant\u00e1stico, e \u00e9 normal que isso se reflita nos pr\u00e9mios\u0022. M\u00e1rio Dorminsky, que juntamente com Beatriz Pacheco Pereira dirige o festival desde a sua funda\u00e7\u00e3o em 1981, acrescenta que o destaque que o festival d\u00e1 \u00e0 cinematografia nip\u00f3nica se reflete tamb\u00e9m no prest\u00edgio que o Fantsasporto alcan\u00e7ou no Jap\u00e3o, onde \u00e9 referido como \u0022um dos tr\u00eas principais festivais mundiais na \u00e1rea do fant\u00e1stico, a par de Sitges e Bruxelas\u0022.Cielo n\u00e3o \u00e9 o limiteSe Dollhouse alcan\u00e7ou o pr\u00e9mio cimeiro, o outro grande vencedor foi Cielo, uma produ\u00e7\u00e3o brit\u00e2nica realizada pelo espanhol Alberto Sciamma e inteiramente rodado na Bol\u00edvia. Com \u0022uma cinematografia fabulosa e uma paleta intencional e marcante, enriquecida pela paisagem \u00e1rida da Bol\u00edvia\u0022, nas palavras do j\u00fari, o filme maravilhou pela componente visual tanto o p\u00fablico como os jurados, tendo arrebatado o Pr\u00e9mio Especial do J\u00fari, o Pr\u00e9mio de Melhor Fotografia e o Pr\u00e9mio do P\u00fablico. \u0022Este filme afirma-se como um dos filmes de fantasia mais originais e hipnotizantes dos \u00faltimos anos\u0022, acrescenta o j\u00fari.\u0022O filme nasceu com duas imagens mentais\u0022, conta \u00e0 Euronews o realizador Alberto Sciamma. \u0022Nessas imagens, via uma menina a engolir um peixe e a empurrar um carrinho, com o corpo da m\u00e3e, pelo deserto. N\u00e3o tinha qualquer hist\u00f3ria delineada. Apenas comecei a imaginar a hist\u00f3ria quando viajei at\u00e9 \u00e0 Bol\u00edvia na companhia do produtor John Dunton-Downer e da pianista Ana-Maria Vera, que foi quem me convenceu a rodar na Bol\u00edvia\u0022. \u0022O fime deve muito a toda a equipa boliviana, em especial \u00e0 jovem atriz de apenas oito anos Fernanda Gutierrez Aranda. Toda a equipa t\u00e9cnica e atores, \u00e0 exce\u00e7\u00e3o de mim pr\u00f3prio, dos produtores e do diretor de fotografia, foi contratada na Bol\u00edvia, e o trabalho deles foi excelente e decisivo para o resultado final do filme\u0022, acrescenta o realizador.\u00cdndice de felicidade Se todos os humanos fossem obrigados a ter impresso no pesco\u00e7o um \u00edndice de felicidade de entre 0 e 99, como diz a permissa da curta-metragem h\u00fangara Happy People, vencedora do pr\u00e9mio de melhor curta de cinema fant\u00e1stico, a que \u00edndice corresponderia estar \u00e0s compras no mercado em Budapeste num s\u00e1bado de manh\u00e3, receber a not\u00edcia do pr\u00e9mio e estar nessa mesma noite no Porto para o receber?\u0022Corresponde a um \u00edndice de 98\u0022, diz o casal formado por Bal\u00e1zs Budav\u00e1ri (realizador) e Ang\u00e9la Eke (atriz). \u0022S\u00f3 n\u00e3o \u00e9 de 99 porque o resto da equipa n\u00e3o p\u00f4de estar presente\u0022, contam. O casal, que prepara a sua primeira longa-metragem, escolheu o Porto para a antestreia mundial da curta.Cinema portugu\u00eas com honras de aberturaSe n\u00e3o participa como argumentista nem cineasta, Lu\u00eds Diogo marca sempre presen\u00e7a no Fantasporto, cada ano, pelo menos como espetador. O seu anterior filme, Uma Vida Sublime, tornou-se no filme portugu\u00eas mais premiado de sempre. Sendo um habitu\u00e9, n\u00e3o \u00e9 de espantar que a organiza\u00e7\u00e3o tenha convidado Lu\u00eds Diogo para abrir o festival com o mais recente filme, Criadores de \u00cddolos, presente tanto na competi\u00e7\u00e3o de cinema fant\u00e1stico como na de cinema portugu\u00eas, em que acabou por arrebatar o pr\u00e9mio de melhor filme. O filme parte de uma das muitas ideias que Lu\u00eds Diogo vai tendo: e se uma sociedade secreta andasse a ass celebridades pelo mundo fora, com o intuito de os tornar \u00eddolos universais e assim perpetuar o conceito de \u00eddolo criado por S\u00f3crates? Sofia \u00e9 recrutada para esta sociedade secreta pelo pai e pelo av\u00f4. Tem como miss\u00e3o ass um cantor famoso, com cujo irm\u00e3o acaba por se envolver. Coseguir\u00e1 levar a cabo esta macabra miss\u00e3o?Criadores de \u00cddolos tem j\u00e1 distribui\u00e7\u00e3o garantida em Portugal no pr\u00f3ximo outono. No entanto, Lu\u00eds Diogo confessa \u00e0 Euronews que n\u00e3o \u00e9 f\u00e3 do cinema portugu\u00eas nem escreve os filmes com o intuito de serem filmados em Portugal: \u0022Escrevo sempre primeiro um argumento que possa ser filmado nos Estados Unidos\u0022, conta. \u0022Depois acabo por adapt\u00e1-los \u00e0 realidade portuguesa\u0022.Ainda relativamente \u00e0 participa\u00e7\u00e3o portuguesa, \u00e9 de destacar a presen\u00e7a de outro habitu\u00e9 do Fantasporto, Jos\u00e9 Pedro Lopes (A Floresta das Almas Perdidas) na colet\u00e2nea luso-brasileira Hist\u00f3rias Estranhas 2, apresentada fora de competi\u00e7\u00e3o, em que \u00e9 o \u00fanico participante portugu\u00eas, no meio de seis cineastas brasileiros, incluindo o j\u00e1 citado Rodrigo Arag\u00e3o, tamb\u00e9m ele uma presen\u00e7a habitual no Fantas, que entra nesta edi\u00e7\u00e3o em dose dupla. \u0022Comecei a vir aqui em adolescente, como espetador\u0022, diz Jos\u00e9 Pedro Lopes \u00e0 Euronews. \u0022Por isso, \u00e9 normal que seja um grande prazer vir aqui como cineasta\u0022. Foi, ali\u00e1s, no festival que Jos\u00e9 Pedro Lopes travou conhecimento com o organizador da colet\u00e2nea, Ricardo Ghiorzi.Semana dos Realizadores e Orient ExpressParalelamente \u00e0 sec\u00e7\u00e3o de cinema fant\u00e1stico, o Fantasporto honra tamb\u00e9m o cinema de autor de todos os g\u00e9neros, com a Semana dos Realizadores. Se, tal como na competi\u00e7\u00e3o fant\u00e1stica, o cinema japon\u00eas esteve em grande destaque, ao ganhar quatro dos seis pr\u00e9mios em li\u00e7a, o pr\u00e9mio principal desta sec\u00e7\u00e3o foi para Zero (EUA) de Jean-Luc Herbulot.O primeiro pr\u00e9mio da sec\u00e7\u00e3o Orient Express, dedicada ao cinema asi\u00e1tico, foi mais uma vez para um filme japon\u00eas, desta vez para River Returns, de Masakasu Kaneko.O Frantasporto diz sayonara e at\u00e9 2026. Veja no v\u00eddeo abaixo alguns dos melhores momentos da edi\u00e7\u00e3o que agora acabou:", "dateCreated": "2025-03-08T18:27:38+01:00", "dateModified": "2025-03-09T17:13:51+01:00", "datePublished": "2025-03-09T17:13:51+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F10%2F25%2F12%2F1440x810_cmsv2_ad794d58-ecb9-5626-bde0-bd27096b2359-9102512.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Cartaz promocional de \u0022Dollhouse\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F09%2F10%2F25%2F12%2F432x243_cmsv2_ad794d58-ecb9-5626-bde0-bd27096b2359-9102512.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Figueira", "givenName": "Ricardo", "name": "Ricardo Figueira", "url": "/perfis/258", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@rfigueira", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "As not\u00edcias da Cultura" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Cinema japonês é o mais premiado no Fantasporto 2025

Cartaz promocional de "Dollhouse"
Cartaz promocional de "Dollhouse" Direitos de autor Toho
Direitos de autor Toho
De Ricardo Figueira
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

"Dollhouse", apresentado em antestreia mundial, é o filme vencedor da competição de cinema fantástico no festival portuense e promete vir a tornar-se num clássico do "J-horror".

PUBLICIDADE

Desde que, há pouco mais de 10 anos, a boneca Annabelle se tornou um ícone imediatamente reconhecível no universo do terror que o mito da boneca que ganha vida (tão antigo como o próprio terror cinematográfico) voltou à moda. Com Dollhouse, do japonês Shinobu Yaguchi, grande vencedor da edição deste ano do Fantasporto, que encerrou a sua edição número 45 no sábado no Porto, este mito faz a sua entrada em grande no universo do J-horror.

O filme é uma produção da gigante Toho que fez aqui a sua antestreia mundial, deslocando ao Porto uma equipa de mais de 20 pessoas e recebendo uma ovação de pé de mais de 10 minutos. Um casal perde a filha de cinco anos num acidente doméstico e decide comprar uma boneca realista que ajuda a colmatar a ausência da menina morta. Esquecida durante anos depois de o casal ter tido uma segunda filha, a boneca é reencontrada pela nova filha da família, que acaba por estabelecer com ela uma relação de dependência doentia.

Dollhouse acaba por se enquadrar em todos os cânones do terror clássico e suplantou, na decisão do júri da competição de cinema fantástico, produções mais arrojadas como Prédio Vazio, a nova orgia de sangue do brasileiro Rodrigo Aragão (que a organização do festival considera o principal sucessor de José Mojica Marins como mestre do terror brasileiro) ou ainda o norte-americano Succubus (RJ Daniel Hanna), um conto moderno sobre a dependência das redes sociais e os online. Segundo as notas do júri, Dollhouse tem "uma realização notável, oferecendo uma exploração pungente e inesquecível da vulnerabilidade humana".

Trailer de "Dollhouse"

É certo que o festival portuense se tem vindo a afirmar como montra do cinema asiático, em particular japonês, na Europa. Com três vencedores japoneses nas últimas cinco edições, estará o Fantasporto a tornar-se demasiado centrado no país do Sol nascente? Beatriz Pacheco Pereira, fundadora e diretora do festival, dá-nos uma resposta: "Não priveligiamos os filmes japoneses, aliás temos tantos filmes japoneses como europeus em competição. A verdade é que a produção japonesa tem sido fortíssima nos últimos anos, nomeadamente no campo do cinema fantástico, e é normal que isso se reflita nos prémios". Mário Dorminsky, que juntamente com Beatriz Pacheco Pereira dirige o festival desde a sua fundação em 1981, acrescenta que o destaque que o festival dá à cinematografia nipónica se reflete também no prestígio que o Fantsasporto alcançou no Japão, onde é referido como "um dos três principais festivais mundiais na área do fantástico, a par de Sitges e Bruxelas".

Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky são a alma do Fantasporto desde 1981
Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky são a alma do Fantasporto desde 1981Ricardo Figueira / Euronews

Cielo não é o limite

Se Dollhouse alcançou o prémio cimeiro, o outro grande vencedor foi Cielo, uma produção britânica realizada pelo espanhol Alberto Sciamma e inteiramente rodado na Bolívia. Com "uma cinematografia fabulosa e uma paleta intencional e marcante, enriquecida pela paisagem árida da Bolívia", nas palavras do júri, o filme maravilhou pela componente visual tanto o público como os jurados, tendo arrebatado o Prémio Especial do Júri, o Prémio de Melhor Fotografia e o Prémio do Público. "Este filme afirma-se como um dos filmes de fantasia mais originais e hipnotizantes dos últimos anos", acrescenta o júri.

Trailer de "Cielo"

"O filme nasceu com duas imagens mentais", conta à Euronews o realizador Alberto Sciamma. "Nessas imagens, via uma menina a engolir um peixe e a empurrar um carrinho, com o corpo da mãe, pelo deserto. Não tinha qualquer história delineada. Apenas comecei a imaginar a história quando viajei até à Bolívia na companhia do produtor John Dunton-Downer e da pianista Ana-Maria Vera, que foi quem me convenceu a rodar na Bolívia". "O fime deve muito a toda a equipa boliviana, em especial à jovem atriz de apenas oito anos Fernanda Gutierrez Aranda. Toda a equipa técnica e atores, à exceção de mim próprio, dos produtores e do diretor de fotografia, foi contratada na Bolívia, e o trabalho deles foi excelente e decisivo para o resultado final do filme", acrescenta o realizador.

Alberto Sciamma
Alberto SciammaRicardo Figueira / Euronews

Índice de felicidade

Se todos os humanos fossem obrigados a ter impresso no pescoço um índice de felicidade de entre 0 e 99, como diz a permissa da curta-metragem húngara Happy People, vencedora do prémio de melhor curta de cinema fantástico, a que índice corresponderia estar às compras no mercado em Budapeste num sábado de manhã, receber a notícia do prémio e estar nessa mesma noite no Porto para o receber?

Balázs Budavári e Angéla Eke
Balázs Budavári e Angéla EkeRicardo Figueira / Euronews

"Corresponde a um índice de 98", diz o casal formado por Balázs Budavári (realizador) e Angéla Eke (atriz). "Só não é de 99 porque o resto da equipa não pôde estar presente", contam. O casal, que prepara a sua primeira longa-metragem, escolheu o Porto para a antestreia mundial da curta.

Cinema português com honras de abertura

Se não participa como argumentista nem cineasta, Luís Diogo marca sempre presença no Fantasporto, cada ano, pelo menos como espetador. O seu anterior filme, Uma Vida Sublime, tornou-se no filme português mais premiado de sempre.

Sendo um habitué, não é de espantar que a organização tenha convidado Luís Diogo para abrir o festival com o mais recente filme, Criadores de Ídolos, presente tanto na competição de cinema fantástico como na de cinema português, em que acabou por arrebatar o prémio de melhor filme.

Luís Diogo
Luís DiogoRicardo Figueira / Euronews

O filme parte de uma das muitas ideias que Luís Diogo vai tendo: e se uma sociedade secreta andasse a ass celebridades pelo mundo fora, com o intuito de os tornar ídolos universais e assim perpetuar o conceito de ídolo criado por Sócrates? Sofia é recrutada para esta sociedade secreta pelo pai e pelo avô. Tem como missão ass um cantor famoso, com cujo irmão acaba por se envolver. Coseguirá levar a cabo esta macabra missão?

Trailer de "Criadores de Ídolos"

Criadores de Ídolos tem já distribuição garantida em Portugal no próximo outono. No entanto, Luís Diogo confessa à Euronews que não é fã do cinema português nem escreve os filmes com o intuito de serem filmados em Portugal: "Escrevo sempre primeiro um argumento que possa ser filmado nos Estados Unidos", conta. "Depois acabo por adaptá-los à realidade portuguesa".

Ainda relativamente à participação portuguesa, é de destacar a presença de outro habitué do Fantasporto, José Pedro Lopes (A Floresta das Almas Perdidas) na coletânea luso-brasileira Histórias Estranhas 2, apresentada fora de competição, em que é o único participante português, no meio de seis cineastas brasileiros, incluindo o já citado Rodrigo Aragão, também ele uma presença habitual no Fantas, que entra nesta edição em dose dupla. "Comecei a vir aqui em adolescente, como espetador", diz José Pedro Lopes à Euronews. "Por isso, é normal que seja um grande prazer vir aqui como cineasta". Foi, aliás, no festival que José Pedro Lopes travou conhecimento com o organizador da coletânea, Ricardo Ghiorzi.

Trailer de "Histórias Estranhas 2"

Semana dos Realizadores e Orient Express

Paralelamente à secção de cinema fantástico, o Fantasporto honra também o cinema de autor de todos os géneros, com a Semana dos Realizadores. Se, tal como na competição fantástica, o cinema japonês esteve em grande destaque, ao ganhar quatro dos seis prémios em liça, o prémio principal desta secção foi para Zero (EUA) de Jean-Luc Herbulot.

Trailer de "Zero"

O primeiro prémio da secção Orient Express, dedicada ao cinema asiático, foi mais uma vez para um filme japonês, desta vez para River Returns, de Masakasu Kaneko.

Trailer de "River Returns"

O Frantasporto diz sayonara e até 2026. Veja no vídeo abaixo alguns dos melhores momentos da edição que agora acabou:

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ator Richard Chamberlain morre aos 90 anos

Cinema europeu arrebata prémios na 43ª edição do Fantasporto

Jared Leto acusado de má conduta e comportamento "predatório" por nove mulheres