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Arábia Saudita ameaça abalar mercados se for sancionada

Arábia Saudita ameaça abalar mercados se for sancionada
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De Francisco Marques com Reuters
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O preço do petróleo já sentiu as ondas de choque da fricção criada entre Washington e Riadem após a acusação turca do alegado assassinato macabro de um jornalista no interior do consulado saudita em Istambul

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A tensão entre Estados Unidos e Arábia Saudita por causa do desaparecimento na Turquia do jornalista Jamal Khashoggi está a refletir-se nos mercados. Em particular, no preço do petróleo, que voltou a ultraar ao início deste segunda-feira a fasquia dos 80 dólares/ barril.

O reino saudita, maior exportador de petróleo do mundo, ameaça retaliar ainda com mais força caso Washington, e outros governos ocidentais, concretizem as ameaças de sanções.

O ocidente está a colocar pressão sobre Riade na sequência da acusação turca de que o jornalista saudita de aporte americano, e reconhecido crítico do regime saudita, teria sido assassinado e desmembrado no interior do consulado saudita em Istambul.

Após a reação de Riade à ameaça de Washington, o mercado tremeu. O preço do petróleo inflacionou acima de meio por cento para as entregas previstas em novembro.

O analista de mercados do Grupo IG, Chris Beauchamp, considera que a resposta saudita para já não a de uma mera ameaça e só será realidade se já não houver alternativa.

"(A resposta saudita) pode tornar a vida mais difícil, mas é também uma opção muito importante para os sauditas. O reino ainda está ávido de receitas do petróleo e por isso é algo que podem usar como ameaça, mas carregar nesse botão, julgo, será apenas um último recurso", afirmou Chris Beauchamp.

As ondas de choque de uma eventual resposta saudita às sanções do ocidente não se ficam pelo petróleo.

A monarquia de Riade representa o segundo maior importador de armas do mundo e assume-se como o principal cliente dos Estados Unidos, onde garantiu no ano ado um novo fornecimento militar avaliado em 100 mil milhões de dólares e onde se assume como garante para muitos postos de trabalho.

Porém, a eventual resposta saudita não se ficaria apenas pelo mercado americano.

"Vemos estas ramificações (sauditas) através dos mercados globais. Todas aquelas praças em que os sauditas se fizeram sentir, vão ser afetadas", avisou Chris Beauchamp.

E a União Europeia poderá ser também muito afetada. As reações europeias ao desaparecimento do jornalista também pressionaram Riade a esclarecer o que aconteceu no consulado saudita em Istambul.

O Reino Unido, a Alemanha e a França exigem uma investigação credível e a punição devida dos responsáveis, mesmo tratando-se do regime saudita.

Essa eventual punição poderá colocar em causa, por exemplo, a promessa do investimento de 70 milhões de euros no Reino Unido durante a próxima década, feita durante visita oficial no ano ado pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman. E isto quando os britânicos precisam de todo os apoios possíveis não europeus em vésperas da concretização do "brexit".

Trump tenta acalmar a "tempestade"

O Presidente dos Estados Unidos já terá entretanto conversado via telefone com o rei Salman.

O monarca saudita garantiu nada saber sobre o desaparecimento do jornalista e terá dito ao presidente norte-americano estar a trabalhar com a Turquia para desvendar o caso, o que terá sido confirmado à Reuters por fonte oficial saudita.

Trump decidiu enviar à Arábia Saudita o secretário de Estado Mike Pompeo para ajudar a acalmar as tensões provocadas com um dos maiores aliados na região arábica.

O presidente americano até já se antecipou à investigação e sugeriu que o assassinato poderá ter sido cometido por assassinos mercenários alheios à monarquia saudita.

Apesar da aparente acalmia das águas entre Washington e Riade, prosseguiu esta segunda-feira a renúncia de altos empresários dos Estados Unidos à conferência de investidores, "Davos no Deserto", promovida a 23 de outubro pela Arábia Saudita.

Os últimos a retirarem-se da lista de convidados foram os representantes da Blackstone e da BlackRock. Antes já os líderes da JP Mortan e da Ford haviam cancelado as presenças.

Ao mesmo tempo, o regime saudita anunciou um aumento de produção para responder à crescente procura de petróleo da Índia, o terceiro maior importador de "ouro negro" do mundo.

Outras fontes • Jornal de Negócios, Financial Times

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