Os militares ucranianos parecem estar a mudar a forma como utilizam drones equipados com câmaras de “visão em primeira pessoa”, permitindo disparar como se um soldado armado com uma metralhadora se tratasse. Estes são os "drones-soldado"?
Os relatórios sugerem que alguns drones ucranianos estão equipados com fuzis, ou metralhadoras de alto calibre, ofensivos em vez de transportar materiais explosivos. Este reaproveitamento permitiria aos ucranianos usarem os seus drones várias vezes, visando soldados da linha de frente disparando balas de metralhadora diretamente.
Para os ucranianos, está a caminho um amargo aniversário: o terceiro ano da invasão russa, em fevereiro de 2022. Nestes três anos, a tática de guerra e o equipamento militar dos dois lados sofreram muitas mudanças.
Mas foram os drones que, no campo de batalha, tiveram uma mão significativamente superior. Seja do lado russo ou do lado ucraniano, os drones equipados com câmaras de “visão em primeira pessoa” permitem atingir os seus alvos diretamente e sem danos colaterais e, claro, também custam muito pouco.
Nova técnica em pico de escassez de força de combate
Enquanto o exército depende cada vez mais da automatização e da mecanização devido à sua falta de poder de combate, o site da Forbes acaba de identificar uma nova técnica de guerra da sua autoria.
Num vídeo divulgado pelo Winchester UAV Group e visto por um repórter da Forbes, um grupo de drones ucranianos tem como alvo os drones inimigos antes que eles causem danos. Mas a questão aqui é que num instante, um destes drones observa um soldado de infantaria e decide ataca-lo.
No vídeo, cuja localização geográfica exata não foi identificada, um drone ucraniano dispara contra um soldado, utilizando metralhadoras montadas sobre o drone.
O drone errou o alvo, à primeira, mas depois vira-se e dispara novamente, de acordo com as imagens.
O soldado russo (ou norte-coreano, consoante onde esta cena tenha ocorrido) cai no chão. Não está claro se acabou de ser ferido ou se perdeu a vida.
"Drones-soldado"? Uma nova política militar
No entanto, nenhuma nova política militar foi oficialmente emitida pelo exército ucraniano para que os soldados ataquem o inimigo com este tipo de drones-soldados armados com visão em primeira pessoa (FPV), ou seja, drone equipado com metralhadora controlado por militares à distância.
No entanto, económica, logística e estrategicamente, a utilização de drones equipados com câmaras de “visão em primeira pessoa” (FPV) poderá ser útil nesse sentido.
A maior parte dos drones “visão em primeira pessoa” atualmente utilizados pelos militares ucranianos são suicidas. Eles carregam uma carga explosiva, que também se autodestrói quando atingem o alvo. Mas agora, se todos estes drones estiverem armados com metralhadoras, as condições podem mudar.
Mudança estratégica racional mas arriscada
Um "drone-soldado" ou “visão em primeira pessoa” custa apenas algumas centenas de dólares para ser construído. É por isso que a atual estratégia de usá-los de forma suicida não é economicamente surpreendente.
Mas se os cerca de 100 000 UAVs construídos pela Ucrânia todos os meses puderem ser utilizados mais de uma vez, então a sua eficiência será maior.
No entanto, antes de procederem a esta mudança de política, os militares ucranianos devem ter em conta um factor fundamental: se os drones deixarem de transportar apenas explosivos e estiverem armados com fuzis (metralhadoras), então é aí que as forças ucranianas também estarão mais vulneráveis aos ataques dos soldados russos, uma vez que os russos também estão equipados com fuzis ofensivos.