{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2024/03/22/charles-michel-e-um-erro-tentar-opor-o-nivel-nacional-ao-nivel-europeu" }, "headline": "Charles Michel: \u0022\u00e9 um erro tentar opor o n\u00edvel nacional ao n\u00edvel europeu\u0022", "description": "A euronews falou com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre a guerra na Ucr\u00e2nia, as amea\u00e7as da R\u00fassia e a posi\u00e7\u00e3o da UE face \u00e0 guerra entre o Hamas e Israel.", "articleBody": "Euronews : \u201c46% dos eleitores afirmam que querem menos influ\u00eancia das institui\u00e7\u00f5es europeias, do Conselho Europeu, da Comiss\u00e3o Europeia e mais poder, nomeadamente dos governos nacionais. Porque \u00e9 que que isto acontece? Ser\u00e1 devido a uma falha das institui\u00e7\u00f5es, uma falta de perce\u00e7\u00e3o?\u0022 Charles Michel : \u201cN\u00e3o, n\u00e3o me surpreende. Mas, por outro lado, sei que muitas pessoas, em toda a UE, sabem que, por exemplo, no caso da Covid 19, a solu\u00e7\u00e3o foi encontrada a n\u00edvel da Uni\u00e3o Europeia, o mesmo acontece com a crise energ\u00e9tica, a infla\u00e7\u00e3o, os desafios relacionados com as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Precisamos de mais coopera\u00e7\u00e3o e coordena\u00e7\u00e3o europeias. Penso que \u00e9 um erro tentar opor o n\u00edvel nacional ao n\u00edvel da Uni\u00e3o Europeia. Se tivermos Estados Membros fortes, se tivermos uma Uni\u00e3o Europeia forte, isso ser\u00e1 positivo para todos os nossos cidad\u00e3os em toda a Uni\u00e3o Europeia\u0022. Guerra na Ucr\u00e2nia: um perigo para os Europeus Euronews : \u201cSobre a quest\u00e3o da paz na Europa, disse-nos, ontem que, se n\u00e3o dermos \u00e0 Ucr\u00e2nia apoio suficiente para travar a R\u00fassia, seremos os pr\u00f3ximos visados. 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Decidimos imediatamente, e estamos unidos, a apoiar a Ucr\u00e2nia e a sancionar a R\u00fassia, a exercer press\u00e3o sobre a R\u00fassia. Mas isto n\u00e3o \u00e9 suficiente. Precisamos de fazer mais, de agir rapidamente. Por isso, estamos a tentar tomar medidas concretas para fornecer mais equipamento militar \u00e0 Ucr\u00e2nia, dar mais apoio financeiro \u00e0 Ucr\u00e2nia e exercer mais press\u00e3o sobre a R\u00fassia. E isto \u00e9 necess\u00e1rio se acreditamos na paz, na seguran\u00e7a e na prosperidade, que s\u00e3o as premissas dos pais fundadores deste projeto europeu\u0022. Charles Michel defende aumento do investimento na Defesa Euronews : \u0022Mas a UE est\u00e1 a ir mais longe. Est\u00e1 a pedir uma economia de guerra e a mobiliza\u00e7\u00e3o de todos os setores das economias em toda a Europa. \u00c9 uma mudan\u00e7a fundamental na estrutura das sociedades\u0022. Charles Michel : \u201cSim. Tem toda a raz\u00e3o quando diz que eu quero que a UE fa\u00e7a mais. 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N\u00e3o falamos muito sobre isso, mas de um ponto de vista estrat\u00e9gico \u00e9 importante. Por outro lado, hoje em dia toda a gente sabe que a R\u00fassia est\u00e1 numa posi\u00e7\u00e3o mais forte do ponto de vista militar, em termos de muni\u00e7\u00f5es e equipamento militar. \u00c9 por isso que existe este sentimento de urg\u00eancia, temos de fornecer mais equipamento militar. A ideia n\u00e3o \u00e9 faz\u00ea-lo daqui a dois anos. Seria demasiado tarde. \u00c9 por isso que apoiamos concretamente, por exemplo, esta iniciativa checa. A decis\u00e3o tomada pelas autoridades checas \u00e9 de louvar. Praga prop\u00f4s a muitos outros pa\u00edses a compra conjunta de equipamento militar para que o equipamento possa ser entregue muito rapidamente \u00e0 Ucr\u00e2nia\u0022. Guerra entre o Hamas e Israel: Charles Michel nega \u0022dois pesos e duas medidas\u0022 Euronews : \u0022Neste momento, estamos a assistir a cenas desoladoras em Gaza, em resultado da resposta de Israel ao brutal ataque terrorista do Hamas contra os israelitas, a 7 de outubro. Estamos a ouvir coisas como a fome utilizada como m\u00e9todo de guerra, como referiu Josep Borrell, o n\u00famero monumental de mortes de crian\u00e7as, a falta de material m\u00e9dico b\u00e1sico para amputa\u00e7\u00f5es. A Uni\u00e3o Europeia est\u00e1 a ser enfraquecida por esta situa\u00e7\u00e3o? N\u00e3o h\u00e1 tanta unidade ou simpatia pelos palestinianos como h\u00e1 pelos civis israelitas e ucranianos?\u0022 Charles Michel: \u201cEm primeiro lugar, vejo que estamos cada vez mais unidos a n\u00edvel da Uni\u00e3o Europeia. Mas devemos dizer a verdade. Isso aconteceu exatamente no in\u00edcio, ap\u00f3s este ataque lan\u00e7ado pelo Hamas. Est\u00e1vamos na mesma linha para condenar o Hamas. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que se trata de um terr\u00edvel ataque terrorista. Mas, por outro lado, foi mais dif\u00edcil conseguir uma posi\u00e7\u00e3o un\u00e2nime no Conselho Europeu. Porqu\u00ea? Porque os nossos Estados-Membros t\u00eam as suas pr\u00f3prias rela\u00e7\u00f5es com Israel e com a Palestina. A sua pr\u00f3pria hist\u00f3ria. Mas o que \u00e9 muito importante \u00e9 o facto de estarmos a fazer grandes progressos. E estou confiante de que dentro de alguns dias estaremos unidos com uma mensagem muito forte, baseada em dois ou tr\u00eas pilares fundamentais. O primeiro \u00e9 o o humanit\u00e1rio. N\u00e3o h\u00e1 dois pesos e duas medidas. As vidas de cada civil s\u00e3o importantes. Isso tem de ser extremamente claro. E todas as comunica\u00e7\u00f5es da UE devem ser muito claras sobre este assunto, se quisermos ser cred\u00edveis a n\u00edvel internacional. Em segundo lugar, temos de fazer tudo para evitar uma nova escalada regional. Em rela\u00e7\u00e3o ao L\u00edbano, ao Mar Vermelho, \u00e9\u00a0 extremamente importante fazer tudo de um ponto de vista pol\u00edtico e diplom\u00e1tico. Em terceiro lugar, apoiamos totalmente a solu\u00e7\u00e3o de dois Estados. 27 Estados membros concordam sem qualquer ambiguidade sobre esta importante quest\u00e3o\u0022. Euronews : \u201cMas acha que houve dois pesos e duas medidas?\u201d Charles Michel : \u201cEstou a ser muito sincero consigo. Na Covid 19, sa\u00edmo-nos muito bem tal como na quest\u00e3o das altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas. Estamos a dar o tom. Estamos a definir os padr\u00f5es e os outros est\u00e3o a seguir-nos. Na guerra contra a Ucr\u00e2nia, conseguimos unir-nos para ter uma posi\u00e7\u00e3o forte. Sobre o M\u00e9dio Oriente, aceito a cr\u00edtica de que foi necess\u00e1rio mais tempo para nos unirmos, porque o ponto de partida \u00e9 que existem diferen\u00e7as entre os Estados-Membros. Mas em poucas semanas, em poucos meses, vamos poder dar os importantes. A tend\u00eancia atual \u00e9 de unidade. \u00c9 verdade que as comunica\u00e7\u00f5es amb\u00edguas dos l\u00edderes da UE foram utilizadas por Putin, pelo Kremlin, para alimentar a ideia de que h\u00e1 uma hipocrisia ocidental. Tenho muitos os com pa\u00edses africanos, da \u00c1frica do Sul , da Am\u00e9rica Latina e da \u00c1sia Central. E posso sentir que esses pa\u00edses esperam que n\u00f3s, do lado da UE, sejamos muito claros, na promo\u00e7\u00e3o, em todo o lado, do direito internacional, da ordem baseada em regras, incluindo no M\u00e9dio Oriente\u0022. 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Charles Michel: "é um erro tentar opor o nível nacional ao nível europeu"

Charles Michel: "é um erro tentar opor o nível nacional ao nível europeu"
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A euronews falou com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, sobre a guerra na Ucrânia, as ameaças da Rússia e a posição da UE face à guerra entre o Hamas e Israel.

Euronews: “46% dos eleitores afirmam que querem menos influência das instituições europeias, do Conselho Europeu, da Comissão Europeia e mais poder, nomeadamente dos governos nacionais. Porque é que que isto acontece? Será devido a uma falha das instituições, uma falta de perceção?"

Charles Michel: “Não, não me surpreende. Mas, por outro lado, sei que muitas pessoas, em toda a UE, sabem que, por exemplo, no caso da Covid 19, a solução foi encontrada a nível da União Europeia, o mesmo acontece com a crise energética, a inflação, os desafios relacionados com as alterações climáticas. Precisamos de mais cooperação e coordenação europeias. Penso que é um erro tentar opor o nível nacional ao nível da União Europeia. Se tivermos Estados Membros fortes, se tivermos uma União Europeia forte, isso será positivo para todos os nossos cidadãos em toda a União Europeia".

Guerra na Ucrânia: um perigo para os Europeus

Euronews: “Sobre a questão da paz na Europa, disse-nos, ontem que, se não dermos à Ucrânia apoio suficiente para travar a Rússia, seremos os próximos visados. Já ouvimos isso muitas vezes nos últimos dois anos, mas é algo que está a ressurgir. Por exemplo, a ministra da defesa espanhola pensa que as pessoas não se apercebem do grave perigo em que nos encontramos atualmente. Por que razão está, agora, a avisar-nos desse perigo? Que provas tem e o que está a pedir?"

Charles Michel: “Primeiro, tenho de dizer a verdade às pessoas. E estamos a enfrentar um enorme desafio com a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia. E não é apenas um desafio para os ucranianos, é um desafio para todos nós, para todos os que acreditam nos princípios fundamentais dos princípios democráticos. Estou absolutamente convencido de que se trata de uma ameaça séria. Por isso, penso que fizemos e estamos a fazer o que é necessário. Decidimos imediatamente, e estamos unidos, a apoiar a Ucrânia e a sancionar a Rússia, a exercer pressão sobre a Rússia. Mas isto não é suficiente. Precisamos de fazer mais, de agir rapidamente. Por isso, estamos a tentar tomar medidas concretas para fornecer mais equipamento militar à Ucrânia, dar mais apoio financeiro à Ucrânia e exercer mais pressão sobre a Rússia. E isto é necessário se acreditamos na paz, na segurança e na prosperidade, que são as premissas dos pais fundadores deste projeto europeu".

Charles Michel defende aumento do investimento na Defesa

Euronews: "Mas a UE está a ir mais longe. Está a pedir uma economia de guerra e a mobilização de todos os setores das economias em toda a Europa. É uma mudança fundamental na estrutura das sociedades".

Charles Michel: “Sim. Tem toda a razão quando diz que eu quero que a UE faça mais. Porque, se observarmos as últimas décadas, a União Europeia foi construída com base na ideia de que temos valores comuns e de que é preciso cooperar para obter mais prosperidade. Todos nós compreendemos que temos de adaptar o nosso modelo económico. Temos de investir muito mais na nossa base industrial de defesa para proteger a nossa estabilidade e a nossa segurança."

Euronews: “Mas por que razão está a falar de uma economia de guerra? É por causa da situação na Ucrânia, que está num ime, não haverá ganhos significativos previstos para a Ucrânia no próximo ano?"

Charles Michel: “Por um lado, penso que é muito bom que a Ucrânia tenha conseguido resistir e recuar, mas não é suficiente que tenha conseguido assumir um maior controlo no Mar Negro. Isto é muito importante. Não falamos muito sobre isso, mas de um ponto de vista estratégico é importante. Por outro lado, hoje em dia toda a gente sabe que a Rússia está numa posição mais forte do ponto de vista militar, em termos de munições e equipamento militar. É por isso que existe este sentimento de urgência, temos de fornecer mais equipamento militar. A ideia não é fazê-lo daqui a dois anos. Seria demasiado tarde. É por isso que apoiamos concretamente, por exemplo, esta iniciativa checa. A decisão tomada pelas autoridades checas é de louvar. Praga propôs a muitos outros países a compra conjunta de equipamento militar para que o equipamento possa ser entregue muito rapidamente à Ucrânia".

Guerra entre o Hamas e Israel: Charles Michel nega "dois pesos e duas medidas"

Euronews: "Neste momento, estamos a assistir a cenas desoladoras em Gaza, em resultado da resposta de Israel ao brutal ataque terrorista do Hamas contra os israelitas, a 7 de outubro. Estamos a ouvir coisas como a fome utilizada como método de guerra, como referiu Josep Borrell, o número monumental de mortes de crianças, a falta de material médico básico para amputações. A União Europeia está a ser enfraquecida por esta situação? Não há tanta unidade ou simpatia pelos palestinianos como há pelos civis israelitas e ucranianos?"

Charles Michel: “Em primeiro lugar, vejo que estamos cada vez mais unidos a nível da União Europeia. Mas devemos dizer a verdade. Isso aconteceu exatamente no início, após este ataque lançado pelo Hamas. Estávamos na mesma linha para condenar o Hamas. Não há dúvida de que se trata de um terrível ataque terrorista. Mas, por outro lado, foi mais difícil conseguir uma posição unânime no Conselho Europeu. Porquê? Porque os nossos Estados-Membros têm as suas próprias relações com Israel e com a Palestina. A sua própria história. Mas o que é muito importante é o facto de estarmos a fazer grandes progressos. E estou confiante de que dentro de alguns dias estaremos unidos com uma mensagem muito forte, baseada em dois ou três pilares fundamentais. O primeiro é o o humanitário. Não há dois pesos e duas medidas. As vidas de cada civil são importantes. Isso tem de ser extremamente claro. E todas as comunicações da UE devem ser muito claras sobre este assunto, se quisermos ser credíveis a nível internacional. Em segundo lugar, temos de fazer tudo para evitar uma nova escalada regional. Em relação ao Líbano, ao Mar Vermelho, é  extremamente importante fazer tudo de um ponto de vista político e diplomático. Em terceiro lugar, apoiamos totalmente a solução de dois Estados. 27 Estados membros concordam sem qualquer ambiguidade sobre esta importante questão".

Euronews: “Mas acha que houve dois pesos e duas medidas?”

Charles Michel: “Estou a ser muito sincero consigo. Na Covid 19, saímo-nos muito bem tal como na questão das alterações climáticas. Estamos a dar o tom. Estamos a definir os padrões e os outros estão a seguir-nos. Na guerra contra a Ucrânia, conseguimos unir-nos para ter uma posição forte. Sobre o Médio Oriente, aceito a crítica de que foi necessário mais tempo para nos unirmos, porque o ponto de partida é que existem diferenças entre os Estados-Membros. Mas em poucas semanas, em poucos meses, vamos poder dar os importantes. A tendência atual é de unidade. É verdade que as comunicações ambíguas dos líderes da UE foram utilizadas por Putin, pelo Kremlin, para alimentar a ideia de que há uma hipocrisia ocidental. Tenho muitos os com países africanos, da África do Sul , da América Latina e da Ásia Central. E posso sentir que esses países esperam que nós, do lado da UE, sejamos muito claros, na promoção, em todo o lado, do direito internacional, da ordem baseada em regras, incluindo no Médio Oriente".

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