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O "elefante" dentro da nova coligação de Governo

O "elefante" dentro da nova coligação de Governo
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Politólogo Francisco Delgado traça à Euronews um cenário de governação complexa em Espanha devido aos acordos de PSOE e Podemos para garantirem a investidura

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A proposta de Governo aprovada por dois votos apenas e 18 abstenções no Parlamento junta pela primeira vez na atual democracia espanhola um executivo de coligação. Apesar da junção inédita nesta era de dois partidos, a governação carrega um enorme ponto de interrogação.

O líder socialista Pedro Sánchez foi investido como primeiro-ministro para formar um executivo e terá como número dois Pablo Iglesias, o secretário-geral do Unidas Podemos.

Será uma coligação de esquerda, com pelo menos cinco ministros da atual quarta força política no país, para quem não será fácil governar, como antevê à Euronews o politólogo Francisco Delgado.

"Acredito que legislatura que começa vai ser difícil e complexa. Vai ser determinada sobretudo pela debilidade parlamentar com que nasce este governo. De facto, não ter garantida uma maioria estável para enfrentar os desafios legislativos vai obrigar a uma estratégia de alianças e de geometria parlamentar variável. Isto vai dificultar o desenvolvimento de reformas profundas durante a legislatura", considerou o analista político espanhol.

O problema de Sánchez e Iglesias não emana apenas da pluralidade dos atuais apoios, mas também da pressão que pode vir a ter dos partidos separatistas de quem garantiu a abstenção decisiva para conseguir a investidura. Foi-lhes prometido diálogo, mas certamente serão maiores do que mera conversa as expectativas do Esquerda Republicana da Catalunha e do Euskal Herria Bildu, do País Basco.

"A legislatura nasce com o 'elefante' catalão dentro de casa. As diversas ações políticas de superação da via judicial vão marcar o futuro e o horizonte temporal do desenvolvimento desta legislatura", perspetiva Francisco Delgado.

O politólogo levanta também questões à eficiência do tom extremamente duro adotada pelas forças de direita no hemiciclo.

"Seria mais conveniente baixar o tom discursivo hiperbólico que a direita tem vindo a usar e adotar umas posições mais centradas, mais construtivas e sobretudo propositivas do que continuar a lançar acusações relativas a questões como a legitimidade de um governo que evidentemente conta com todas as garantias democráticas", sugere Delgado.

Pedro Sánchez tem, à partida, quatro anos pela frente para tentar conciliar os apoios conseguidos para esta investidura.

A capacidade deste Governo de esquerda vai ser posta à prova já nos próximos meses quando começar a respeitar o compromisso de se sentar à mesa com os partidos separatistas da Catalunha e do País Basco.

Os 167 votos garantidos no processo de investidura poderão não ser suficientes, num universo de 350 deputados, para conseguir levar Espanha a sair do ime político dos últimos anos.

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